O segundo encontro?
Tinham passado três dias desde o primeiro encontro e Pedro estava extremamente ansioso por receber o telefonema de Inês. Já por duas vezes tinha conseguido controlar os seus impulsos e não lhe telefonou.
Nunca se tinha sentido tão bem na vida. Se soubesse que o amor era assim, já se teria apaixonado há mais tempo. Era uma sensação indescritível. Ele sentia que o seu coração batia mais depressa quando pensava nela. A mínima coisa fazia-lhe recordar-se dela. Ele sentia uma enorme emoção e um grande prazer apenas em pensar nela. E não era uma coisa sexual. Ele ficaria satisfeito apenas pela oportunidade de lhe tocar na mão ou de cheirar o seu perfume.
E todos no escritório repararam na mudança. Mas somente Carlos e Patrícia sabiam do motivo.
Pedro sabia que ela estava em alturas de exames, pelo que o tempo dela era escasso. Mas porque é que ela não esquecia a faculdade e ia ter com ele? Seria o que ele faria. Mas isso seria muito egoísta da parte dele. Deu-se por si a pensar que era a primeira vez que pensava nos interesses da pessoa com quem estava em detrimento do que ele queria. O que estaria a acontecer com ele? Será que o amor estava a transformá-lo? O pior de tudo, é que ele não se importava de mudar por ela.
De repente o seu telemóvel tocou. Pedro respirou fundo antes de atendê-lo, porque não queria parecer muito nervoso.
- Está sim?
- Olá! Sentiste a minha falta?
- Tu nem sabes quanto. Estive nestes últimos três dias a pensar em ti.
- Por acaso não foste o único homem em quem eu pensei.
- Não me digas? Estás a tentar fazer-me cíumes? Devo avisar-te de que não sou ciumento, pelo que estás a perder o teu tempo.
- Por enquanto. Mas só para descansar-te, eu estive a entreter-me com o Freud e com o Jung. São velhos amigos...
- Realmente são um bocadinho velhos para a tua idade. Mas também se pode dizer isso de mim.
- Tu não és assim “tão” velho.
- Obrigado pelo teu apoio. Estou numa crise de meia idade, pelo que estou agora a entreter-me com míudas mais novas, para dar a impressão que sou mais novo.
- E eu fui estúpida suficiente para cair nos teus braços.
- Pois foste. Mas és a minha estúpida. Mas falando mais a sério, quando é que eu poderei te ver outra vez?
- Estava a pensar hoje à noite. E desta vez sou eu que escolho o local.
- Por mim tudo bem. Apenas quero estar contigo, em qualquer sítio do mundo.
- Tu estás a sair-me um romântico.
- Eu sei. É uma faceta minha que teimou em aparecer.
- Eu conheço um cafézinho muito simpático. É perfeito para conversarmos mais um bocadinho. Eu gostei imenso do que se passou entre nós na outra noite.
- Eu também. Mas queria falar-te daquele beijo que me deste.
- Não gostaste? E eu que pensei que tivesse sido tão bom para ti como foi para mim?
- Não, eu também gostei. Mas queria saber porque é que fizeste aquilo?
- Não consigo explicar-te por telefone. Mas logo à noite eu digo-te o motivo. E se tiveres sorte, tens também direito a uma repetição.
- Não consigo esperar tanto tempo.
- Vais ter de fazer um esforço. Beijinhos.
- Beijinhos.
Quando desligou o telefone, Pedro teve novamente de respirar fundo. O seu coração não parava de saltitar pela emoção de a ver outra vez.
Mas ainda faltavam algumas horas, pelo que teve de voltar novamente ao trabalho.
No final do dia, Pedro preparava-se ansiosamente para sair do trabalho, quando sentiu uma palmada nas costas. Era Carlos, que também tinha terminado o seu dia de trabalho.
- Sabes que a minha mulher hoje foi a um seminário sobre o papel da mulher no século XXI? E os míudos estão com a minha querida sogra. Queres tomar um copo? Já há muito tempo que não fazemos isso...
- Desculpa lá, mas hoje é um péssimo dia. Já tenho planos marcados.
- Agora que és um homem comprometido, já não tens tempo para os teu amigos – brincou Carlos.
- Se fosse na semana passada, tinha aceitado a tua sugestão. Mas hoje tenho mesmo um compromisso a que não posso faltar.
- Estás mesmo a falar a sério. Nunca te tinha visto assim tão entusiasmado com alguém.
- Nunca estive mais sério na minha vida. Até amanhã.
Pedro despediu de Carlos e dirigiu-se para o café onde iria finalmente ver a mulher que tinha alterado para sempre a sua vida.
domingo, novembro 14, 2004
sexta-feira, agosto 06, 2004
Capítulo 10
O amor impossível...
Quando chegou a casa, já eram cerca de onze horas da noite. Atirou os sapatos para o meio da sala, para ficar mais confortável.
Decidiu tomar um duche. Despiu-se completamente e atirou as roupas todas que trazia para o chão. Como não vivia mais ninguém em casa, não se importava com o facto de ter a casa completamente desarrumada.
Foi para o quarto de banho e tomou um duche relaxante. Era um dos momentos que mais gostava no seu dia, pois tinha tempo para estar só e pensar a sério na sua vida.
Após o duche, lembrou-se que não tinha o jantar preparado. Detestava cozinhar. Mas lá descongelou uns bifes que preparou com algumas batatas fritas e um ovo. Sempre tinha que comer, apesar achar que tinha ganho alguns quilos nos últimos tempos.
Durante o jantar, recordou-se do dia passado na agência de publicidade. De repente ouviu o telefone a tocar.
- Está sim?
- Olá, tudo bem contigo? Não te estou a interromper, pois não? – ouviu-se uma voz feminina do outro lado da linha.
- Por acaso estava a jantar. Mas soube bem ouvir a tua voz. Estava mesmo a precisar de desabafar contigo.
- Diz-me lá o que te aconteceu que te fez ficar assim...
Foi uma conversa longa em que nenhum acontecimento dos últimos dias ficou por contar. Contou tudo o que estava dentro do seu coração pois já não conseguia aguentar dentro de si o que sentia.
A voz do outro lado da linha foi bastante compreensiva e soube ouvir o desabafo que saiu da sua boca, tendo feito os possíveis para transmitir um sinal de esperança no futuro.
Terminado o telefonema e o jantar, eram horas de se ir deitar. Mas antes teve de escrever no seu diario. Era algo que fazia todos os dias desde a adolescência.
“Querido Diário:
Hoje foi um dia de grandes revelações. Finalmente descobri que já não acredito no amor.
Já te falei várias vezes das inúmeras desilusões que já tive. Mas nunca nenhuma teve um impacto tão grande como a de hoje. Tu já sabes que amo alguém que nunca teve qualquer interesse por mim. Para ele, somos apenas bons amigos.
Mas eu sempre tive a esperança que ele um dia acordasse e reparasse em mim.
É legítimo acreditar nisso, não achas? Quantas vezes não se diz que às vezes não vale a pena procurar incessantemente o verdadeiro amor, porque ele está mesmo ao pé de nós. E mais cedo ou mais tarde, o destino nos irá juntar.
Bem, como estás a imaginar, não foi isso que aconteceu. Como é que foi possível ele não reparar nos inúmeros sinais que tenho enviado? Ele será cego? Ou serei assim tão repulsiva, que nenhum homem gosta de mim?
Não acho que seja esse o caso, pois já muitos homens se mostraram interessados em mim. Mas não aquele que eu quero desde o dia em que o conheci.
Eu lembro-me do primeiro dia em que o vi no escritório. Era um daqueles típicos machos portugueses, que não se inibia de se atirar às miúdas giras que não conhecia. Mas como já te contei isto, e não te quero maçar novamente, só te relembro que ele tinha qualquer coisa que me atraiu. Eu nunca me interessei por aquele tipo de homens que só têm uma coisa na cabeça. Mas senti que ele era diferente. Era apenas uma fachada, que se desmoronaria quando ele encontrasse a mulher certa que o obrigasse a mudar. E eu ingénua como era, sempre pensei que seria eu.
Mas já lá vão quase quatro anos e eu não consigo esquece-lo. Podem chamar-me patética e incurável, mas nunca deixei de gostar dele. Ele falava comigo sobre as suas conquistas e reparei que ele ainda não tinha encontrado alguém que realmente amasse. Por isso sempre mantive a esperança.
Claro que sempre que ele falava comigo ou flirtava um bocado, sempre tentei encontrar indícios de que ele gostava de mim. Coisas que para ele deviam ser perfeitamente normais, como um toque no ombro, um elogio ao meu penteado, um comentário menos próprio sobre o meu peito, ou uma confidência mais íntima, eram interpretados como sinais de que ele estava interessado por mim.
Às vezes, com o imenso stress que nós estamos, esquecemo-nos disso e acomodamo-nos com a nossa vida complicada. Mas é nos momentos mais calmos, que não consigo deixar de pensar nele. Ele não sai da minha cabeça. Por mais que eu tente pensar noutra coisa, não consigo.
Mas hoje, algo fez-me cair à terra. Soube por um amigo mútuo que ele finalmente encontrou alguém que ele realmente amava. Eu já tinha notado que ele andava diferente nos últimos dias. Ele andava mais distraído e parecia que estava sempre nervoso com qualquer coisa. Pelo que contou ao nosso amigo, era o amor.
Meu Deus, o que eu fiz para merecer isto? Foi um choque tão grande para mim. Senti como se uma parte de mim tivesse morrido. Todas as minhas esperanças desvaneceram-se num segundo. O que é que eu poderia agora fazer?
Nada. Absolutamente nada. Tive a minha oportunidade e não a aproveitei. Tive cinco anos em que o coração dele estava livre, mas sempre tive receio de que ele me rejeitasse. Tive medo de arriscar, pois preferi manter a nossa amizade. Sempre pensei que tinha tomado a decisão certa, pois um dia ele iria aperceber-se de que me amava.
Mas não foi isso que aconteceu. Se soubesse o que sei hoje, teria tomado uma decisão diferente há quatro anos. Estávamos os dois a falar, quando ele me disse que estava a ter problemas com a namorada nessa data, e que não sabia o que fazer. Ele sentia que ela não era a mulher certa para ele, mas que já estava farto de procurar. Perguntou porque é que ele não conseguia arranjar uma mulher como eu. Eu devia ter arriscado nessa altura e revelado os meus sentimentos. Porque é que eu não o fiz? Agora é fácil dizer, mas na altura eu era uma mulher um bocado tímida. Acabada de sair da faculdade, sempre tive um pequeno grupo de amigos a quem conseguia falar de tudo. Mas sempre tive um certo receio de me expor a outras pessoas com quem não tinha confiança. Como o decorrer dos anos e da minha necessidade de contacto permanente com desconhecidos na publicidade, perdi essa timidez. É uma situação perfeitamente normal. Só lamento não o ter feito mais cedo. Se naquela noite, eu tivesse maior confiança em mim, tudo hoje poderia ser diferente.
Poderia estar hoje a contar-te como é que o nosso filho estava a crescer ou o jantar romântico que eu lhe tinha preparado. Mas isso nunca irá acontecer.
Disseram-me para ter esperança no futuro. Mas que futuro posso ter, se não estou junto do homem que eu sei que é a minha alma gémea? Fomos feitos um para o outro e eu compreendo o que ele sente e ele compreende-me a mim. É por isso que somos bons amigos.
Mas falando nisso, não consigo perceber porque é que ele não me contou sobre ela. Ele sempre me contou tudo sobre a vida íntima dele. Porquê?
Mas já tenho preocupações a mais para pensar ainda mais nisso.
Só me apetece dormir e esquecer que este dia alguma vez aconteceu.
Por isso, Querido Diário, boa noite para ti. Amanhã será outro dia e tu és sempre o meu primeiro confidente.
Patrícia “.
Patrícia fechou o seu diário e guardou-o na gaveta da sua mesa de cabeceira. Sentiu algumas lágrimas a cairem, que não conseguiu parar... Os seus olhos brilhavam como as estrelas numa noite de lua cheia. Sentia-se nos seus olhos uma tristeza muito grande...
Quando chegou a casa, já eram cerca de onze horas da noite. Atirou os sapatos para o meio da sala, para ficar mais confortável.
Decidiu tomar um duche. Despiu-se completamente e atirou as roupas todas que trazia para o chão. Como não vivia mais ninguém em casa, não se importava com o facto de ter a casa completamente desarrumada.
Foi para o quarto de banho e tomou um duche relaxante. Era um dos momentos que mais gostava no seu dia, pois tinha tempo para estar só e pensar a sério na sua vida.
Após o duche, lembrou-se que não tinha o jantar preparado. Detestava cozinhar. Mas lá descongelou uns bifes que preparou com algumas batatas fritas e um ovo. Sempre tinha que comer, apesar achar que tinha ganho alguns quilos nos últimos tempos.
Durante o jantar, recordou-se do dia passado na agência de publicidade. De repente ouviu o telefone a tocar.
- Está sim?
- Olá, tudo bem contigo? Não te estou a interromper, pois não? – ouviu-se uma voz feminina do outro lado da linha.
- Por acaso estava a jantar. Mas soube bem ouvir a tua voz. Estava mesmo a precisar de desabafar contigo.
- Diz-me lá o que te aconteceu que te fez ficar assim...
Foi uma conversa longa em que nenhum acontecimento dos últimos dias ficou por contar. Contou tudo o que estava dentro do seu coração pois já não conseguia aguentar dentro de si o que sentia.
A voz do outro lado da linha foi bastante compreensiva e soube ouvir o desabafo que saiu da sua boca, tendo feito os possíveis para transmitir um sinal de esperança no futuro.
Terminado o telefonema e o jantar, eram horas de se ir deitar. Mas antes teve de escrever no seu diario. Era algo que fazia todos os dias desde a adolescência.
“Querido Diário:
Hoje foi um dia de grandes revelações. Finalmente descobri que já não acredito no amor.
Já te falei várias vezes das inúmeras desilusões que já tive. Mas nunca nenhuma teve um impacto tão grande como a de hoje. Tu já sabes que amo alguém que nunca teve qualquer interesse por mim. Para ele, somos apenas bons amigos.
Mas eu sempre tive a esperança que ele um dia acordasse e reparasse em mim.
É legítimo acreditar nisso, não achas? Quantas vezes não se diz que às vezes não vale a pena procurar incessantemente o verdadeiro amor, porque ele está mesmo ao pé de nós. E mais cedo ou mais tarde, o destino nos irá juntar.
Bem, como estás a imaginar, não foi isso que aconteceu. Como é que foi possível ele não reparar nos inúmeros sinais que tenho enviado? Ele será cego? Ou serei assim tão repulsiva, que nenhum homem gosta de mim?
Não acho que seja esse o caso, pois já muitos homens se mostraram interessados em mim. Mas não aquele que eu quero desde o dia em que o conheci.
Eu lembro-me do primeiro dia em que o vi no escritório. Era um daqueles típicos machos portugueses, que não se inibia de se atirar às miúdas giras que não conhecia. Mas como já te contei isto, e não te quero maçar novamente, só te relembro que ele tinha qualquer coisa que me atraiu. Eu nunca me interessei por aquele tipo de homens que só têm uma coisa na cabeça. Mas senti que ele era diferente. Era apenas uma fachada, que se desmoronaria quando ele encontrasse a mulher certa que o obrigasse a mudar. E eu ingénua como era, sempre pensei que seria eu.
Mas já lá vão quase quatro anos e eu não consigo esquece-lo. Podem chamar-me patética e incurável, mas nunca deixei de gostar dele. Ele falava comigo sobre as suas conquistas e reparei que ele ainda não tinha encontrado alguém que realmente amasse. Por isso sempre mantive a esperança.
Claro que sempre que ele falava comigo ou flirtava um bocado, sempre tentei encontrar indícios de que ele gostava de mim. Coisas que para ele deviam ser perfeitamente normais, como um toque no ombro, um elogio ao meu penteado, um comentário menos próprio sobre o meu peito, ou uma confidência mais íntima, eram interpretados como sinais de que ele estava interessado por mim.
Às vezes, com o imenso stress que nós estamos, esquecemo-nos disso e acomodamo-nos com a nossa vida complicada. Mas é nos momentos mais calmos, que não consigo deixar de pensar nele. Ele não sai da minha cabeça. Por mais que eu tente pensar noutra coisa, não consigo.
Mas hoje, algo fez-me cair à terra. Soube por um amigo mútuo que ele finalmente encontrou alguém que ele realmente amava. Eu já tinha notado que ele andava diferente nos últimos dias. Ele andava mais distraído e parecia que estava sempre nervoso com qualquer coisa. Pelo que contou ao nosso amigo, era o amor.
Meu Deus, o que eu fiz para merecer isto? Foi um choque tão grande para mim. Senti como se uma parte de mim tivesse morrido. Todas as minhas esperanças desvaneceram-se num segundo. O que é que eu poderia agora fazer?
Nada. Absolutamente nada. Tive a minha oportunidade e não a aproveitei. Tive cinco anos em que o coração dele estava livre, mas sempre tive receio de que ele me rejeitasse. Tive medo de arriscar, pois preferi manter a nossa amizade. Sempre pensei que tinha tomado a decisão certa, pois um dia ele iria aperceber-se de que me amava.
Mas não foi isso que aconteceu. Se soubesse o que sei hoje, teria tomado uma decisão diferente há quatro anos. Estávamos os dois a falar, quando ele me disse que estava a ter problemas com a namorada nessa data, e que não sabia o que fazer. Ele sentia que ela não era a mulher certa para ele, mas que já estava farto de procurar. Perguntou porque é que ele não conseguia arranjar uma mulher como eu. Eu devia ter arriscado nessa altura e revelado os meus sentimentos. Porque é que eu não o fiz? Agora é fácil dizer, mas na altura eu era uma mulher um bocado tímida. Acabada de sair da faculdade, sempre tive um pequeno grupo de amigos a quem conseguia falar de tudo. Mas sempre tive um certo receio de me expor a outras pessoas com quem não tinha confiança. Como o decorrer dos anos e da minha necessidade de contacto permanente com desconhecidos na publicidade, perdi essa timidez. É uma situação perfeitamente normal. Só lamento não o ter feito mais cedo. Se naquela noite, eu tivesse maior confiança em mim, tudo hoje poderia ser diferente.
Poderia estar hoje a contar-te como é que o nosso filho estava a crescer ou o jantar romântico que eu lhe tinha preparado. Mas isso nunca irá acontecer.
Disseram-me para ter esperança no futuro. Mas que futuro posso ter, se não estou junto do homem que eu sei que é a minha alma gémea? Fomos feitos um para o outro e eu compreendo o que ele sente e ele compreende-me a mim. É por isso que somos bons amigos.
Mas falando nisso, não consigo perceber porque é que ele não me contou sobre ela. Ele sempre me contou tudo sobre a vida íntima dele. Porquê?
Mas já tenho preocupações a mais para pensar ainda mais nisso.
Só me apetece dormir e esquecer que este dia alguma vez aconteceu.
Por isso, Querido Diário, boa noite para ti. Amanhã será outro dia e tu és sempre o meu primeiro confidente.
Patrícia “.
Patrícia fechou o seu diário e guardou-o na gaveta da sua mesa de cabeceira. Sentiu algumas lágrimas a cairem, que não conseguiu parar... Os seus olhos brilhavam como as estrelas numa noite de lua cheia. Sentia-se nos seus olhos uma tristeza muito grande...
quarta-feira, agosto 04, 2004
Capítulo 9
O dia seguinte...
Parecia-lhe que tudo estava a correr bem. Estava a ter as melhores ideias desde há algum tempo. Todos os seus colegas o elogiavam pela campanha que ele estava a desenvolver.
Era tudo por causa da sua musa. Ela dava-lhe inspiração, e ele não conseguia esquecê-la.
No final do brainstorming, deixou-se ficar na sala de reuniões, enquanto todos os seus colegas tiraram uma pausa para o café.
Pedro estava absorto nos seus pensamentos, a pensar quando é que ela lhe iria telefonar, quando ouviu algo.
- Então, pá. Estás a dormir? Eu perguntei-te como é que tinha corrido a noite de ontem.
- O que é que te parece?- disse Pedro, respondendo a Carlos.
- Pela tua disposição durante a manhã, diria que muito bem.
- Foi melhor ainda. Não me farto de pensar que nunca sentido tão feliz com a vida.
- Não acredito. O velho Pedro, o Don Juan do escritório, está apaixonado por alguém. Vais desapontar muitas raparigas, que ainda não tiveram oportunidade de estar contigo.
- Não me interessa. Para mim, só existe uma mulher no mundo. Não vou pensar em mais ninguém para o resto da minha vida.
- Não é a primeira vez que dizes isso. Mas acabas sempre por voltar a ser o bom e velho Pedro. Mais cedo ou mais tarde.
- Desta vez é diferente. Eu sinto que é diferente. Não acreditas em mim?
- Eu acredito que tu acredites nisso. Mas não acho que tu possas mudar tão de repente. Uma pessoa não dá uma volta de 180 graus, desta forma...
De repente, sentiram que alguém tinha reentrado na sala.
Os dois amigos viraram-se e viram Patrícia, que tinha também decidido participar na conversa, pois parecia muito animada.
- Estávamos só a discutir o Benfica. Acho que este ano é que vai ser. Demos uma volta de 180 graus e nem mesmo a mudança de treinador irá fazer-nos parar. – disfarçou Pedro, que não queria que as novidades sobre a sua vida pessoal fossem do conhecimento de Patrícia.
- Os homens e o futebol. Eu também gosto de ver os jogos, mas não sou nenhuma fanática. Arranjem uma vida.
- Eu já tenho uma. – respondeu Carlos. Ou já te esqueceste que sou um homem de família.
- O mesmo já não posso dizer do Pedro. Do que é que estás à espera para assentar. Não achas que já é idade de cresceres e apareceres?
- Muito obrigado pela tua preocupação. Mas já sou crescidinho para tomar as minhas decisões - retorquiu Pedro, evitando reconhecer que Patrícia tinha toda a razão no que dizia.
- Desculpa se fui longe de mais. Mesmo sendo amigos há algum tempo, se calhar não te devia ter dito isto. Mas acho que nunca irás ser realmente feliz, se continuares a agir da mesma forma desde os teus tempos de faculdade.
- Patrícia... Já nos conhecemos há alguns anos e ainda não sabes quando estou a brincar. Eu não fiquei chateado com o que disseste, porque tens toda a razão. Mas a vida é minha e eu faço com ela o que eu quiser. Mas já que estamos a falar das nossas vidas amorosas, eu estou preocupado contigo, pois já não te ouço falar de um namorado há algum tempo.
- Tu sabes como é a nossa vida. Não consigo arranjar tempo suficiente para investir numa relação a sério. E eu não consigo envolver-me com alguém só com o intuito de me divertir como tu...
- Ah! Essa magoou-me – brincou Pedro, apontando para o seu coração.
- Mas estou a falar a sério. Tu sabes que eu sou uma pessoa um bocado tímida com as pessoas que não conheço, e... acho que se eu estiver destinada a alguém, mais cedo ou mais tarde, os nossos destinos irão cruzar-se.
- Mas que romântica que me saíste, Patrícia. Essa postura de mulher independente que não precisa de homens para ser feliz, afinal esconde uma sonhadora por baixo.
Carlos finalizou desta forma a conversa, que já estava a tornar-se um bocada embaraçosa para os três.
Eles sempre tinham sido bons amigos e divertiam-se sempre bastante no escritório. Mas sentiu que Pedro não queria que a conversa continuasse.
Pedro desculpou-se a dizer que tinha de fazer uns telefonemas e deixou os seus colegas na sala de reuniões.
- Não sei porque é que ele age desta forma, Carlos. Não concordas comigo?
- Oh, Patrícia, até parece que não o conheces. Ele faz sempre o que ele quer, independentemente do que eu diga, do que tu digas ou do que outra qualquer pessoa diga.
- Mas acho que ele está a desperdiçar uma boa oportunidade de ser feliz. Daqui a 5 anos, ele vai arrepender-se da vida que levou e nessa altura já poderá ser um bocado tarde.
- Tarde para quê?- perguntou Carlos.
- Tarde de mais para ele- disfarçou Patrícia, que compreendeu que já tinha falado de mais. – Se calhar ele já encontrou alguém que lhe podia fazer feliz, mas ainda não se apercebeu disso.
- Realmente, acho que ele já encontrou alguém. Não fui eu que te contei, mas acho que ele agora está realmente interessado em alguém.
- Não acredito- exclamou Patrícia, que ficou realmente surpresa com o que lhe foi dito.
- É melhor acreditares. Mas qual o teu interesse nisso?
- Nenhum em especial. Nós somos amigos, e preocupo-me com ele. E ele nunca mais me contou nada sobre a vida amorosa dele. Antes, ele contava-me tudo.
- Não sei porquê, mas algo me diz que não é só isso.
- Então, isto é um local de trabalho ou um bar? – gritou o chefe de ambos, quando os viu a conversar na sala.
- Já estamos andando- disse Carlos, ao levantar-se rapidamente da cadeira e acompanhando o chefe até à sala dele, pois tinha umas ideias que queria desenvolver.
Patrícia ainda se deixou ficar na cadeira mais um bocado. Ouviu-se um pequeno suspiro e ficou com uma expressão de resignação. Se estivesse alguém naquela sala, teria notada uma pequena lágrima a cair dos seus olhos.
Parecia-lhe que tudo estava a correr bem. Estava a ter as melhores ideias desde há algum tempo. Todos os seus colegas o elogiavam pela campanha que ele estava a desenvolver.
Era tudo por causa da sua musa. Ela dava-lhe inspiração, e ele não conseguia esquecê-la.
No final do brainstorming, deixou-se ficar na sala de reuniões, enquanto todos os seus colegas tiraram uma pausa para o café.
Pedro estava absorto nos seus pensamentos, a pensar quando é que ela lhe iria telefonar, quando ouviu algo.
- Então, pá. Estás a dormir? Eu perguntei-te como é que tinha corrido a noite de ontem.
- O que é que te parece?- disse Pedro, respondendo a Carlos.
- Pela tua disposição durante a manhã, diria que muito bem.
- Foi melhor ainda. Não me farto de pensar que nunca sentido tão feliz com a vida.
- Não acredito. O velho Pedro, o Don Juan do escritório, está apaixonado por alguém. Vais desapontar muitas raparigas, que ainda não tiveram oportunidade de estar contigo.
- Não me interessa. Para mim, só existe uma mulher no mundo. Não vou pensar em mais ninguém para o resto da minha vida.
- Não é a primeira vez que dizes isso. Mas acabas sempre por voltar a ser o bom e velho Pedro. Mais cedo ou mais tarde.
- Desta vez é diferente. Eu sinto que é diferente. Não acreditas em mim?
- Eu acredito que tu acredites nisso. Mas não acho que tu possas mudar tão de repente. Uma pessoa não dá uma volta de 180 graus, desta forma...
De repente, sentiram que alguém tinha reentrado na sala.
Os dois amigos viraram-se e viram Patrícia, que tinha também decidido participar na conversa, pois parecia muito animada.
- Estávamos só a discutir o Benfica. Acho que este ano é que vai ser. Demos uma volta de 180 graus e nem mesmo a mudança de treinador irá fazer-nos parar. – disfarçou Pedro, que não queria que as novidades sobre a sua vida pessoal fossem do conhecimento de Patrícia.
- Os homens e o futebol. Eu também gosto de ver os jogos, mas não sou nenhuma fanática. Arranjem uma vida.
- Eu já tenho uma. – respondeu Carlos. Ou já te esqueceste que sou um homem de família.
- O mesmo já não posso dizer do Pedro. Do que é que estás à espera para assentar. Não achas que já é idade de cresceres e apareceres?
- Muito obrigado pela tua preocupação. Mas já sou crescidinho para tomar as minhas decisões - retorquiu Pedro, evitando reconhecer que Patrícia tinha toda a razão no que dizia.
- Desculpa se fui longe de mais. Mesmo sendo amigos há algum tempo, se calhar não te devia ter dito isto. Mas acho que nunca irás ser realmente feliz, se continuares a agir da mesma forma desde os teus tempos de faculdade.
- Patrícia... Já nos conhecemos há alguns anos e ainda não sabes quando estou a brincar. Eu não fiquei chateado com o que disseste, porque tens toda a razão. Mas a vida é minha e eu faço com ela o que eu quiser. Mas já que estamos a falar das nossas vidas amorosas, eu estou preocupado contigo, pois já não te ouço falar de um namorado há algum tempo.
- Tu sabes como é a nossa vida. Não consigo arranjar tempo suficiente para investir numa relação a sério. E eu não consigo envolver-me com alguém só com o intuito de me divertir como tu...
- Ah! Essa magoou-me – brincou Pedro, apontando para o seu coração.
- Mas estou a falar a sério. Tu sabes que eu sou uma pessoa um bocado tímida com as pessoas que não conheço, e... acho que se eu estiver destinada a alguém, mais cedo ou mais tarde, os nossos destinos irão cruzar-se.
- Mas que romântica que me saíste, Patrícia. Essa postura de mulher independente que não precisa de homens para ser feliz, afinal esconde uma sonhadora por baixo.
Carlos finalizou desta forma a conversa, que já estava a tornar-se um bocada embaraçosa para os três.
Eles sempre tinham sido bons amigos e divertiam-se sempre bastante no escritório. Mas sentiu que Pedro não queria que a conversa continuasse.
Pedro desculpou-se a dizer que tinha de fazer uns telefonemas e deixou os seus colegas na sala de reuniões.
- Não sei porque é que ele age desta forma, Carlos. Não concordas comigo?
- Oh, Patrícia, até parece que não o conheces. Ele faz sempre o que ele quer, independentemente do que eu diga, do que tu digas ou do que outra qualquer pessoa diga.
- Mas acho que ele está a desperdiçar uma boa oportunidade de ser feliz. Daqui a 5 anos, ele vai arrepender-se da vida que levou e nessa altura já poderá ser um bocado tarde.
- Tarde para quê?- perguntou Carlos.
- Tarde de mais para ele- disfarçou Patrícia, que compreendeu que já tinha falado de mais. – Se calhar ele já encontrou alguém que lhe podia fazer feliz, mas ainda não se apercebeu disso.
- Realmente, acho que ele já encontrou alguém. Não fui eu que te contei, mas acho que ele agora está realmente interessado em alguém.
- Não acredito- exclamou Patrícia, que ficou realmente surpresa com o que lhe foi dito.
- É melhor acreditares. Mas qual o teu interesse nisso?
- Nenhum em especial. Nós somos amigos, e preocupo-me com ele. E ele nunca mais me contou nada sobre a vida amorosa dele. Antes, ele contava-me tudo.
- Não sei porquê, mas algo me diz que não é só isso.
- Então, isto é um local de trabalho ou um bar? – gritou o chefe de ambos, quando os viu a conversar na sala.
- Já estamos andando- disse Carlos, ao levantar-se rapidamente da cadeira e acompanhando o chefe até à sala dele, pois tinha umas ideias que queria desenvolver.
Patrícia ainda se deixou ficar na cadeira mais um bocado. Ouviu-se um pequeno suspiro e ficou com uma expressão de resignação. Se estivesse alguém naquela sala, teria notada uma pequena lágrima a cair dos seus olhos.
terça-feira, agosto 03, 2004
Capítulo 8
Mais vale tarde...
Tinha sido uma das melhores noites da sua vida. Pedro iria para sempre lembrar-se deste dia. Nunca se tinha sentido tão apaixonado por ninguém.
Afinal ele sempre era capaz de amar...
- E agora? – Disse Inês interrompendo os pensamentos de Pedro. – O que é que estás a pensar fazer?
- Sinceramente?... Estava a pensar levar-te a casa.
- Já? A esta hora? Sempre pensei que tivesses mais jeito para conquistar as raparigas com quem tu sais.
- Eu tenho muito jeito para isso. Mas como tu já estás conquistada, não preciso de me esforçar tanto.
- Não me digas. Não tomes as coisas como garantidas. Pretendo fazer-te trabalhar muito para conseguires alcançar os teus objectivos.
- E que objectivos são esses?- questionou Pedro, sem conseguir esconder um sorriso malicioso.
- Tu sabes bem do que eu estou a falar... – respondeu Inês, sem evitar um esboçar de sorriso.
- Não sei, não. Diz-me lá...
- Tu sabes. É aquilo em que todos os homens pensam quando levam uma rapariga inocente para jantar.
- Estás a falar da sobremesa?
- Sim, se é assim que tu lhe chamas.
- Eu e toda a gente que eu conheço. Como é que tu lhe chamarias?
- Devo avisar que não tenho muita paciência para estes jogos. É uma das coisas que tens de aprender sobre mim.
- Se queres mesmo saber, eu não queria prolongar esta noite, pois tenho medo de fazer algo que a estragasse completamente. Está tudo a correr tão bem, que não quero correr riscos.
- Eu também gostei bastante desta noite – disse com a voz mais suave que Pedro tinha ouvido, ao mesmo tempo que agarrava na sua mão. Pedro sentiu um arrepio e um nervoso interior. Gostou do toque suave e da leve carícia na sua pele. Sentiu o perfume que tanto tinha gostado e que nunca iria esquecer. Sentiu o desejo de beijá-la e de dizer a Inês que a amava. Mas controlou os seus instintos naturais e apertou com ternura a mão dela, indicando que também que também tinha vontade de reforçar a relação.
- Vamos então acabar por hoje, antes que me arrependa.
- Queres que eu te leve a casa?
- Não deixa estar que eu tomo um taxi.
- A esta hora? Nem penses. Eu dou-te boleia.
- Não é preciso. Eu não sou uma donzela indefesa que não se consegue defender. Esta não é a primeira vez que saio à noite.
- Eu insisto. Não quereria que acontecesse algo à melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos.
Ele conseguiu finalmente convencê-la a ir com ele. Continuaram a conversar animadamente durante a viagem, sem darem pelos quilómetros a passar. Quando estavam perto da casa da Inês, ela pediu para ele parar o carro. A noite estava quase a chegar ao fim.
- Eu vivo já ali à frente. Eu sei que não parece grande coisa, mas é limpa e tem espaço suficiente para guardar todas as minhas coisas.
- Realmente, não parece grande coisa. – brincou Pedro. Não queres vir morar comigo?
- Não achas que é um bocado cedo? – disse Inês com uma cara séria. Ainda agora nos conhecemos...
- Estava só a brincar. Não te queria assustar. – tentou Pedro tranquilizar a sua companhia.
- Eu percebi. Não tens grande sentido de humor. Um ponto a menos.
- Um ponto a menos? O que queres dizer com isso?
- Eu tenho um jogo com as minhas amigas, em que classificamos os nossos encontros, atribuindo pontos positivos e pontos negativos.
- E qual foi o meu resultado?
- É melhor nem saberes. Tiveste a minha pior pontuação nos últimos três anos.
- Tu és mesmo mázinha...
- Eu bem te disse que não tinhas sentido de humor. Mas é um defeito teu que vou tentar aceitar nas próximas vezes que nos encontrarmos...
- Próximas vezes? Significa que queres voltar a sair comigo?
- O que é que achas? Foi uma das melhores noites da minha vida. Nunca tinha conversado tanto com um rapaz. Parece que encontrei finalmente alguém que está interessado em algo mais do que o meu corpo.
- Por acaso, é essa a impressão que estou a tentar passar. Na prática, só me interesso por ti, porque tens um corpo espectacular. Não estou interessado no resto.
- Retiro o que disse há bocado. Afinal, sempre tens um sentido de humor.
- Parece que sim.
- Não sei porquê, sinto que me esqueci de alguma coisa.
- Tens contigo a tua bolsa?
- Não, não é isso. Bem, se fosse importante eu lembrava-me. Mas uma coisa que eu sei é que gostaria imenso de te ver outra vez...
- Eu também. Que tal amanhã?
- Vai ser complicado, pois tenho de estudar para um exame. Eu telefono-te quando puder.
- De certeza que me telefonas? Vou ficar à espera...
- Eu não perdia a oportunidade de estar contigo novamente por nada deste mundo. – disse Inês antes de dar um beijo na face de Pedro.
- Gosto mesmo de ti. E tu sabes disso, não sabes?
- Sim, eu sei.
Pedro despediu-se de Inês e viu-a a entrar o edício onde se situava o apartamento dela. Sentiu-se frustrado por não a ter beijado. Era o clímax perfeito para aquela noite. Pedro, dirigiu-se lentamente para o carro, a lamentar a sua sorte, mas com a esperança que no próximo encontro o beijo seria ainda melhor, pois a intimidade entre eles seria ainda maior.
Quando ia a abrir a porta do carro, sentiu um toque no ombro. Quando se virou, não teve tempo de reagir ao beijo nos lábios que Inês lhe deu. Sentiu que estava no céu e que se morresse naquele instante, morria como a pessoa mais feliz do mundo. Ainda tentou beijá-la novamente, mas Inês afastou lentamente os seus lábios e disse calmamente antes de se deslocar novamente para a casa dela:
- Eu sabia que me havia esquecido de algo.
Tinha sido uma das melhores noites da sua vida. Pedro iria para sempre lembrar-se deste dia. Nunca se tinha sentido tão apaixonado por ninguém.
Afinal ele sempre era capaz de amar...
- E agora? – Disse Inês interrompendo os pensamentos de Pedro. – O que é que estás a pensar fazer?
- Sinceramente?... Estava a pensar levar-te a casa.
- Já? A esta hora? Sempre pensei que tivesses mais jeito para conquistar as raparigas com quem tu sais.
- Eu tenho muito jeito para isso. Mas como tu já estás conquistada, não preciso de me esforçar tanto.
- Não me digas. Não tomes as coisas como garantidas. Pretendo fazer-te trabalhar muito para conseguires alcançar os teus objectivos.
- E que objectivos são esses?- questionou Pedro, sem conseguir esconder um sorriso malicioso.
- Tu sabes bem do que eu estou a falar... – respondeu Inês, sem evitar um esboçar de sorriso.
- Não sei, não. Diz-me lá...
- Tu sabes. É aquilo em que todos os homens pensam quando levam uma rapariga inocente para jantar.
- Estás a falar da sobremesa?
- Sim, se é assim que tu lhe chamas.
- Eu e toda a gente que eu conheço. Como é que tu lhe chamarias?
- Devo avisar que não tenho muita paciência para estes jogos. É uma das coisas que tens de aprender sobre mim.
- Se queres mesmo saber, eu não queria prolongar esta noite, pois tenho medo de fazer algo que a estragasse completamente. Está tudo a correr tão bem, que não quero correr riscos.
- Eu também gostei bastante desta noite – disse com a voz mais suave que Pedro tinha ouvido, ao mesmo tempo que agarrava na sua mão. Pedro sentiu um arrepio e um nervoso interior. Gostou do toque suave e da leve carícia na sua pele. Sentiu o perfume que tanto tinha gostado e que nunca iria esquecer. Sentiu o desejo de beijá-la e de dizer a Inês que a amava. Mas controlou os seus instintos naturais e apertou com ternura a mão dela, indicando que também que também tinha vontade de reforçar a relação.
- Vamos então acabar por hoje, antes que me arrependa.
- Queres que eu te leve a casa?
- Não deixa estar que eu tomo um taxi.
- A esta hora? Nem penses. Eu dou-te boleia.
- Não é preciso. Eu não sou uma donzela indefesa que não se consegue defender. Esta não é a primeira vez que saio à noite.
- Eu insisto. Não quereria que acontecesse algo à melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos.
Ele conseguiu finalmente convencê-la a ir com ele. Continuaram a conversar animadamente durante a viagem, sem darem pelos quilómetros a passar. Quando estavam perto da casa da Inês, ela pediu para ele parar o carro. A noite estava quase a chegar ao fim.
- Eu vivo já ali à frente. Eu sei que não parece grande coisa, mas é limpa e tem espaço suficiente para guardar todas as minhas coisas.
- Realmente, não parece grande coisa. – brincou Pedro. Não queres vir morar comigo?
- Não achas que é um bocado cedo? – disse Inês com uma cara séria. Ainda agora nos conhecemos...
- Estava só a brincar. Não te queria assustar. – tentou Pedro tranquilizar a sua companhia.
- Eu percebi. Não tens grande sentido de humor. Um ponto a menos.
- Um ponto a menos? O que queres dizer com isso?
- Eu tenho um jogo com as minhas amigas, em que classificamos os nossos encontros, atribuindo pontos positivos e pontos negativos.
- E qual foi o meu resultado?
- É melhor nem saberes. Tiveste a minha pior pontuação nos últimos três anos.
- Tu és mesmo mázinha...
- Eu bem te disse que não tinhas sentido de humor. Mas é um defeito teu que vou tentar aceitar nas próximas vezes que nos encontrarmos...
- Próximas vezes? Significa que queres voltar a sair comigo?
- O que é que achas? Foi uma das melhores noites da minha vida. Nunca tinha conversado tanto com um rapaz. Parece que encontrei finalmente alguém que está interessado em algo mais do que o meu corpo.
- Por acaso, é essa a impressão que estou a tentar passar. Na prática, só me interesso por ti, porque tens um corpo espectacular. Não estou interessado no resto.
- Retiro o que disse há bocado. Afinal, sempre tens um sentido de humor.
- Parece que sim.
- Não sei porquê, sinto que me esqueci de alguma coisa.
- Tens contigo a tua bolsa?
- Não, não é isso. Bem, se fosse importante eu lembrava-me. Mas uma coisa que eu sei é que gostaria imenso de te ver outra vez...
- Eu também. Que tal amanhã?
- Vai ser complicado, pois tenho de estudar para um exame. Eu telefono-te quando puder.
- De certeza que me telefonas? Vou ficar à espera...
- Eu não perdia a oportunidade de estar contigo novamente por nada deste mundo. – disse Inês antes de dar um beijo na face de Pedro.
- Gosto mesmo de ti. E tu sabes disso, não sabes?
- Sim, eu sei.
Pedro despediu-se de Inês e viu-a a entrar o edício onde se situava o apartamento dela. Sentiu-se frustrado por não a ter beijado. Era o clímax perfeito para aquela noite. Pedro, dirigiu-se lentamente para o carro, a lamentar a sua sorte, mas com a esperança que no próximo encontro o beijo seria ainda melhor, pois a intimidade entre eles seria ainda maior.
Quando ia a abrir a porta do carro, sentiu um toque no ombro. Quando se virou, não teve tempo de reagir ao beijo nos lábios que Inês lhe deu. Sentiu que estava no céu e que se morresse naquele instante, morria como a pessoa mais feliz do mundo. Ainda tentou beijá-la novamente, mas Inês afastou lentamente os seus lábios e disse calmamente antes de se deslocar novamente para a casa dela:
- Eu sabia que me havia esquecido de algo.
segunda-feira, agosto 02, 2004
Capítulo 7
O jantar
Eram nove da noite. Pedro estava nervoso como nunca tinha estado na sua vida. Quando é que ela chegaria?Normalmente, ele nunca esperava por ninguém. Fazia sempre questão de chegar um bocado atrasado, para dar um ar de homem atarefado, que tinha conseguido tirar umas horas da sua vida ocupada para jantar. Mas hoje era diferente. Ele teve que vir mais cedo, pois não aguentava a expectativa. Ele estava à porta do restaurante que tinha escolhido. Era um local muito simpático onde já tinha estado várias vezes, e onde se comia bastante bem. Estava uma noite limpa, onde apenas se via o luar e as estrelas a brilhar no céu. De vez em quando soprava uma pequena brisa, que o fazia arrepiar-se... Olhou novamente para o relógio. Já eram nove e quinze. Ela estava atrasada.
Pedro pensou se ela viria mesmo. Começou a sentir um aperto no coração. Nunca tinha sentido o medo de ter levado uma banhada.
Será que ela não conseguiu encontrar o resturante? Ou decidiu que não se queria envolver comigo. Resistiu à tentação de ligar-lhe para o telemóvel. Apenas lhe daria um ar desesperado.
Mas de um momento para o outro, os seus medos desvaneceram-se. Inês tinha chegado de repente, usando um vestido preto, muito justo, e que relelava a sua óptima figura.
- Olá. Desculpa lá o atraso. Sabes como é que as mulheres são. Procuram estar sempre no seu melhor. E eu sou uma pessoa atrasada por natureza. Por isso, os meus amigos já combinam as coisas comigo para meia hora antes. – disse Inês, com um ar divertido.
- Eu também cheguei agora – mentiu Pedro, a tentar esconder o seu alivio por ela ter chegado. E já agora, estás linda.
- Obrigado. Eu fiz por isso- disse com uma grande autoconfiança, a que Pedro não estava habituado. Normalmente, as mulheres com quem ele estava agradeciam e trocavam cumprimentos.
Entraram no restaurante e foram ter à mesa que Pedro tinha reservado. Ele tinha tomado todas as precauções para que a noite fosse perfeita. Nada iria estragar o que ele tinha planeado.
- Este restaurante parece-me muito simpático- disse Inês a iniciar a conversa.
- É mesmo. Já vim cá várias vezes e nunca me arrependi.
- Ai foi? Já vi que trazes aqui todas as mulheres que conheces.
Naquele instante, Pedro arrrependeu-se do que tinha dito. Tentou manter-se calmo, mas Inês insistiu.
- Pois é. Aposto que estás a seguir o teu plano padrão. Primeiro o jantar. Depois alguns copos e de seguida...
- Achas mesmo? Eu não acho que serviria de muito, pois tu és uma mulher diferente de todas o que eu conheci. Nada do que eu faço normalmente resultaria contigo.
- Acredito. E qual é que é o teu plano para esta noite?
- Tudo a seu tempo. Mas tens razão. Começa com o jantar. Eu sugiro a lasanha. È muito deliciosa.
- Acho que não. Prefiro algo mais leve. Como tu disseste hoje à tarde, estou a precisar de uma dieta.
Pedro apercebeu-se imediatamente que ela não precisava de qualquer dieta. O seu corpo era muito bem proporcionado e tinha a leveza de uma gazela. E o vestido que ela usava era perfeito, mostrando todo o seu corpo, incluindo os seus fabulosos seios.
- Pedro? Eu estou aqui! - disse Inês apontado para a sua cara, a notar que os olhos de Pedro se tinha desviado mais para baixo
- Eu sei. Mas não consegui deixar de olhar para o teu colar. È lindo. Deve ser valioso.
- Foi a minha avó que me ofereceu. É uma velha herança de família. – respondeu Inês, fingindo acreditar na explicação. Ela sentiu que Pedro não conseguia tirar os olhos dela, e gostava dessa sensação. Mas lembrou- se do que tinha acontecido ao último homem que apenas estava interessado no seu corpo.
- Então, o que vais realmente pedir? Por mim, até podias escolher o bife na frigideira com molho de natas. Tu estás perfeita. Se calhar até ficavas melhor com mais alguns quilitos.
- Tantos elogios não te levam a lado nenhum. Mas sabe sempre bem ouvi-los.
O empregado aproximou-se da mesa deles e apontou os pedidos. Passado cinco minutos, voltou com uma garrafa de espumante, das mais caras que Pedro adorava.
- Este espumante é óptimo. Tem um gosto suave e escorre facilmente pela garganta .
- Por acaso, nem sou muito adepta da bebida. Só nos bares, é que exagero um bocado. Não sou daquelas raparigas que conseguem aguentar a noite toda a beber.
- Por acaso, não foi essa a primeira impressão com que fiquei de ti.
- Tu sabes que a primeira impressão é a mais importante de todas na publicidade. – disse Inês. Mas nem sempre, dão a verdadeira imagem da pessoa. Só quando falamos com ela, é que conseguimos ver como é que ela é realmente.
- Tens razão. Mas digo-te que a primeira impressão que tive de ti marcou-me muito. Tu podes não acreditar, mas quando te vi pela primeira vez, senti que eras a minha alma gémea.
- Acreditas nisso? Eu não acho que exista alguém com quem estamos destinados a estar na vida. A vida é imprevisível, bem como o amor. Não acho que o nosso destino esteja traçado.
- Tens pouca fé no amor. Nunca sentiste algo por alguém te fizesse sentir a pessoa mais feliz do mundo? E que achasses que irias ficar com ela para sempre?
- Já. E é por isso que não acredito em almas gémeas.
Pedro não conseguiu encontrar palavras para desculpar-se pelo que tinha dito. Soube naquele instante que tinha tocado num ponto sensivel para Inês. E que ela ainda não estava preparada para lhe contar. Por isso, não insitiu na conversa e mudou rapidamente de assunto.
- Talvez tenhas razão. Mas se existissem, tu era de certeza a minha.
Ele conseguiu arrancar um sorriso sincero a ela. E ficou a gostar ainda mais dela, pois sentiu nela uma grande força interior e uma grande honestidade.
O empregado serviu o jantar. Conversaram bastante sobre as suas vidas. Pedro nunca tinha sentido tanta empatia com outra rapariga. Ficou a saber que ela ainda estava a estudar na faculdade. Estava no último ano de Psicologia e estava em altura de exames. Era filha única, pelo que foi mimada pelos pais. Mas isso não a impediu de ser uma rapariga humilde e que lutava para conseguir os seus objectivos. Tinha vindo de Cascais, quando entrou para a faculdade e vivia com duas colegas de quarto, na zona de Benfica. Trabalhava em part-time, pois não queria depender dos pais, mas sim ser independente. Era assistente numa pequena empresa de informática, que tinha sido criada há pouco tempo, com a explosão das dot. com. Pedro soube também que ela não andava com ninguém actualmente, mas ela não lhe disse nada sobre o seu passado amoroso.
Ele por sua vez, sentiu que lhe podia contar tudo. E foi o que fez. Disse não só o que fazia, onde vivia e do que gostava, mas também os motivos de ainda estar solteiro com aquela idade.
- Tu podes não acreditar, mas nunca me abri tanto com uma rapariga. Eu sinto que posso confiar em ti e que tu me compreendes.
- Sabes que quando disseste que nunca tinhas tido uma relação com mais de 5 meses, deixaste-me um pouco preocupada. Tu és daqueles homens que não consegue ligar-se a ninguém e que tem medo de expor o que realmente sente. E por isso tem medo de envolver –se mais profundamente com alguém.
- È essa a tua análise clínica? E tenho hipótese de cura, Sra. Doutora?
- Não sei bem. Recomendo uma sessão de terapia três vezes por semana, para ver se conseguimos resolver os teus problemas e identificar o que está dentro do teu subconsciente.
- Contigo, até aceitaria ir 7 dias por semana. Qualquer pessoa ficaria maluca, só para ter a oportunidade de passar umas horitas contigo.
- Tu não paras, pois não?
- Não, e vou continuar a insistir que és a mulher da minha vida sempre que estivermos juntos.
- O que não irá acontecer mais, se não parares com isso. É que eu até gosto de estar contigo, mas...
- Há sempre um mas...
- Por acaso, desta vez nem há. Eu estou a gostar imenso desta noita. Estás a superar as minhas expectativas...
- A sério? Eu bem fiz por isso?
- É certo que elas eram muito baixas, por isso não era difícil.
- Estou a ver um lado mazinho que te desconhecia...
- Foi o que já te disse. Nunca confies nas tuas primeiras impressões.
Foram interropidos pelo empregado. Eram os únicos que estavam no restaurante. A noite tinha corrido tão bem, que nem deram pelo tempo a passar. Era quase uma da manhã.... E Pedro surpreendeu-se consigo próprio, pois nunca tinha imaginado que falar com alguém o pudesse fazer tão feliz. Algo estava a mudar nele.
Pedro pagou a conta, e saíram ambos do restaurante...
Eram nove da noite. Pedro estava nervoso como nunca tinha estado na sua vida. Quando é que ela chegaria?Normalmente, ele nunca esperava por ninguém. Fazia sempre questão de chegar um bocado atrasado, para dar um ar de homem atarefado, que tinha conseguido tirar umas horas da sua vida ocupada para jantar. Mas hoje era diferente. Ele teve que vir mais cedo, pois não aguentava a expectativa. Ele estava à porta do restaurante que tinha escolhido. Era um local muito simpático onde já tinha estado várias vezes, e onde se comia bastante bem. Estava uma noite limpa, onde apenas se via o luar e as estrelas a brilhar no céu. De vez em quando soprava uma pequena brisa, que o fazia arrepiar-se... Olhou novamente para o relógio. Já eram nove e quinze. Ela estava atrasada.
Pedro pensou se ela viria mesmo. Começou a sentir um aperto no coração. Nunca tinha sentido o medo de ter levado uma banhada.
Será que ela não conseguiu encontrar o resturante? Ou decidiu que não se queria envolver comigo. Resistiu à tentação de ligar-lhe para o telemóvel. Apenas lhe daria um ar desesperado.
Mas de um momento para o outro, os seus medos desvaneceram-se. Inês tinha chegado de repente, usando um vestido preto, muito justo, e que relelava a sua óptima figura.
- Olá. Desculpa lá o atraso. Sabes como é que as mulheres são. Procuram estar sempre no seu melhor. E eu sou uma pessoa atrasada por natureza. Por isso, os meus amigos já combinam as coisas comigo para meia hora antes. – disse Inês, com um ar divertido.
- Eu também cheguei agora – mentiu Pedro, a tentar esconder o seu alivio por ela ter chegado. E já agora, estás linda.
- Obrigado. Eu fiz por isso- disse com uma grande autoconfiança, a que Pedro não estava habituado. Normalmente, as mulheres com quem ele estava agradeciam e trocavam cumprimentos.
Entraram no restaurante e foram ter à mesa que Pedro tinha reservado. Ele tinha tomado todas as precauções para que a noite fosse perfeita. Nada iria estragar o que ele tinha planeado.
- Este restaurante parece-me muito simpático- disse Inês a iniciar a conversa.
- É mesmo. Já vim cá várias vezes e nunca me arrependi.
- Ai foi? Já vi que trazes aqui todas as mulheres que conheces.
Naquele instante, Pedro arrrependeu-se do que tinha dito. Tentou manter-se calmo, mas Inês insistiu.
- Pois é. Aposto que estás a seguir o teu plano padrão. Primeiro o jantar. Depois alguns copos e de seguida...
- Achas mesmo? Eu não acho que serviria de muito, pois tu és uma mulher diferente de todas o que eu conheci. Nada do que eu faço normalmente resultaria contigo.
- Acredito. E qual é que é o teu plano para esta noite?
- Tudo a seu tempo. Mas tens razão. Começa com o jantar. Eu sugiro a lasanha. È muito deliciosa.
- Acho que não. Prefiro algo mais leve. Como tu disseste hoje à tarde, estou a precisar de uma dieta.
Pedro apercebeu-se imediatamente que ela não precisava de qualquer dieta. O seu corpo era muito bem proporcionado e tinha a leveza de uma gazela. E o vestido que ela usava era perfeito, mostrando todo o seu corpo, incluindo os seus fabulosos seios.
- Pedro? Eu estou aqui! - disse Inês apontado para a sua cara, a notar que os olhos de Pedro se tinha desviado mais para baixo
- Eu sei. Mas não consegui deixar de olhar para o teu colar. È lindo. Deve ser valioso.
- Foi a minha avó que me ofereceu. É uma velha herança de família. – respondeu Inês, fingindo acreditar na explicação. Ela sentiu que Pedro não conseguia tirar os olhos dela, e gostava dessa sensação. Mas lembrou- se do que tinha acontecido ao último homem que apenas estava interessado no seu corpo.
- Então, o que vais realmente pedir? Por mim, até podias escolher o bife na frigideira com molho de natas. Tu estás perfeita. Se calhar até ficavas melhor com mais alguns quilitos.
- Tantos elogios não te levam a lado nenhum. Mas sabe sempre bem ouvi-los.
O empregado aproximou-se da mesa deles e apontou os pedidos. Passado cinco minutos, voltou com uma garrafa de espumante, das mais caras que Pedro adorava.
- Este espumante é óptimo. Tem um gosto suave e escorre facilmente pela garganta .
- Por acaso, nem sou muito adepta da bebida. Só nos bares, é que exagero um bocado. Não sou daquelas raparigas que conseguem aguentar a noite toda a beber.
- Por acaso, não foi essa a primeira impressão com que fiquei de ti.
- Tu sabes que a primeira impressão é a mais importante de todas na publicidade. – disse Inês. Mas nem sempre, dão a verdadeira imagem da pessoa. Só quando falamos com ela, é que conseguimos ver como é que ela é realmente.
- Tens razão. Mas digo-te que a primeira impressão que tive de ti marcou-me muito. Tu podes não acreditar, mas quando te vi pela primeira vez, senti que eras a minha alma gémea.
- Acreditas nisso? Eu não acho que exista alguém com quem estamos destinados a estar na vida. A vida é imprevisível, bem como o amor. Não acho que o nosso destino esteja traçado.
- Tens pouca fé no amor. Nunca sentiste algo por alguém te fizesse sentir a pessoa mais feliz do mundo? E que achasses que irias ficar com ela para sempre?
- Já. E é por isso que não acredito em almas gémeas.
Pedro não conseguiu encontrar palavras para desculpar-se pelo que tinha dito. Soube naquele instante que tinha tocado num ponto sensivel para Inês. E que ela ainda não estava preparada para lhe contar. Por isso, não insitiu na conversa e mudou rapidamente de assunto.
- Talvez tenhas razão. Mas se existissem, tu era de certeza a minha.
Ele conseguiu arrancar um sorriso sincero a ela. E ficou a gostar ainda mais dela, pois sentiu nela uma grande força interior e uma grande honestidade.
O empregado serviu o jantar. Conversaram bastante sobre as suas vidas. Pedro nunca tinha sentido tanta empatia com outra rapariga. Ficou a saber que ela ainda estava a estudar na faculdade. Estava no último ano de Psicologia e estava em altura de exames. Era filha única, pelo que foi mimada pelos pais. Mas isso não a impediu de ser uma rapariga humilde e que lutava para conseguir os seus objectivos. Tinha vindo de Cascais, quando entrou para a faculdade e vivia com duas colegas de quarto, na zona de Benfica. Trabalhava em part-time, pois não queria depender dos pais, mas sim ser independente. Era assistente numa pequena empresa de informática, que tinha sido criada há pouco tempo, com a explosão das dot. com. Pedro soube também que ela não andava com ninguém actualmente, mas ela não lhe disse nada sobre o seu passado amoroso.
Ele por sua vez, sentiu que lhe podia contar tudo. E foi o que fez. Disse não só o que fazia, onde vivia e do que gostava, mas também os motivos de ainda estar solteiro com aquela idade.
- Tu podes não acreditar, mas nunca me abri tanto com uma rapariga. Eu sinto que posso confiar em ti e que tu me compreendes.
- Sabes que quando disseste que nunca tinhas tido uma relação com mais de 5 meses, deixaste-me um pouco preocupada. Tu és daqueles homens que não consegue ligar-se a ninguém e que tem medo de expor o que realmente sente. E por isso tem medo de envolver –se mais profundamente com alguém.
- È essa a tua análise clínica? E tenho hipótese de cura, Sra. Doutora?
- Não sei bem. Recomendo uma sessão de terapia três vezes por semana, para ver se conseguimos resolver os teus problemas e identificar o que está dentro do teu subconsciente.
- Contigo, até aceitaria ir 7 dias por semana. Qualquer pessoa ficaria maluca, só para ter a oportunidade de passar umas horitas contigo.
- Tu não paras, pois não?
- Não, e vou continuar a insistir que és a mulher da minha vida sempre que estivermos juntos.
- O que não irá acontecer mais, se não parares com isso. É que eu até gosto de estar contigo, mas...
- Há sempre um mas...
- Por acaso, desta vez nem há. Eu estou a gostar imenso desta noita. Estás a superar as minhas expectativas...
- A sério? Eu bem fiz por isso?
- É certo que elas eram muito baixas, por isso não era difícil.
- Estou a ver um lado mazinho que te desconhecia...
- Foi o que já te disse. Nunca confies nas tuas primeiras impressões.
Foram interropidos pelo empregado. Eram os únicos que estavam no restaurante. A noite tinha corrido tão bem, que nem deram pelo tempo a passar. Era quase uma da manhã.... E Pedro surpreendeu-se consigo próprio, pois nunca tinha imaginado que falar com alguém o pudesse fazer tão feliz. Algo estava a mudar nele.
Pedro pagou a conta, e saíram ambos do restaurante...
segunda-feira, junho 07, 2004
Capítulo 6
A dúvida
Pedro não conseguiu concentrar-se o dia todo. Não parava de pensar em Inês.
Pela primeira vez na vida, Pedro estava com medo de ligar a uma mulher. O seu maior pesadelo era que ela tivesse mudado de ideias e já não quisesse sair com ele...
Ou pior ainda, que o número de telemóvel que ela lhe tinha dado era falso. E se ela se tivesse enganado a escrever o número?
Todas estas ideias passaram pela sua cabeça, antes dele finalmente decidir ligar-lhe. Pouco passava da sua hora de saída (embora ele ficasse sempre mais tempo do que o previsto no seu horário de trabalho).
- Estou?- ouviu-se uma voz masculina. Pedro assustou-se. Por que razão estaria ele a ligar para um homem?
- Estou? Está aí alguém?
- Boa tarde. Podia falar com a Inês?
- Deve ser engano. Eu não conheço nenhuma Inês. Quem é que fala?
Pedro desligou se seguida o telefone, nem sequer se dignando a responder à pergunta do seu interlocutor. Por sorte, o seu telemóvel não tinha o número identificado.
Ele começou a sentir-se atrapalhado. Por que motivo não tinha ele conseguido falar com ela? Todas as hipóteses em que ele tinha pensado voltaram à sua cabeça. Com maior calma, marcou novamente o número que Inês lhe tinha dado.
- Estou? - respondeu uma voz que era claramente a de um anjo. Era ela. Devia ter marcado o número errado há bocado. O que ele iria dizer?
- Estou? Inês?
- Sim. é ela própria. Mas quem é que fala?
- O homem dos teus sonhos... - ouviu-se um riso no outro lado da linha.
- Olá, Pedro. Estava a pensar porque tinhas demorado tanto tempo a ligar. Pensei que estivesses mais interessado em mim. Depois de tudo o que me disseste...
- Tu deste-me a volta à cabeça. Estive o dia todo a pensar se te devia ou não ligar...
- E o que é que decidiste?
Pedro sorriu. Gostava de uma mulher com um bom sentido de humor.
- Decidi que já não queria ver-te novamente. Mas por uma questão de consciência, pensei que irias ficar a noite toda acordada à espera do meu telefonema,preocupada com o que poderia ter acontecido comigo...
- E decidiste-me ligar. Que atencioso...
- Na verdade, queria saber se ainda estavas interessada em jantar comigo.
- Depende. Onde é que me pensas levar?
- Ao McDonald's. Soube que agora servem umas saladas óptimas.
- Como é que adivinhaste que eu estava em dieta? Também tu achas que estou a ficar gorda...- gracejou Inês.
- Sim realmente, eu próprio disse-me a mim próprio. é melhor convidá-la hoje, porque daqui a uma semana ela já parece um hipopótamo...
- Que gentil. É a primeira vez que me chamam de hipopótamo. Tu realmente sabes o que as mulheres gostam de ouvir.
- Pois sei. Já sou um homem muito experiente. Ao contrário de ti, que és uma rapariga ingénua e que é facilmente enganada por pessoas com intenções menos respeitaveis.
- Já paraste de gozar comigo?
- Eu não estou a gozar. Aliás, eu estou falar muito a sério- disse Pedro, não conseguindo evitar uma riso.
- Pois, pois. A seguir vais dizer que és o homem da minha vida.
- Como é que adivinhaste. Nós fomos feitos um para o outro. Só preciso de uma hipótese para te mostrar isso. Vamos a um restaurante pequeno que eu conheço ao pé de Alcantara. É sossegado e muito calmo. De certeza que vais gostar.
- Espero bem que sim...
Pedro não conseguiu concentrar-se o dia todo. Não parava de pensar em Inês.
Pela primeira vez na vida, Pedro estava com medo de ligar a uma mulher. O seu maior pesadelo era que ela tivesse mudado de ideias e já não quisesse sair com ele...
Ou pior ainda, que o número de telemóvel que ela lhe tinha dado era falso. E se ela se tivesse enganado a escrever o número?
Todas estas ideias passaram pela sua cabeça, antes dele finalmente decidir ligar-lhe. Pouco passava da sua hora de saída (embora ele ficasse sempre mais tempo do que o previsto no seu horário de trabalho).
- Estou?- ouviu-se uma voz masculina. Pedro assustou-se. Por que razão estaria ele a ligar para um homem?
- Estou? Está aí alguém?
- Boa tarde. Podia falar com a Inês?
- Deve ser engano. Eu não conheço nenhuma Inês. Quem é que fala?
Pedro desligou se seguida o telefone, nem sequer se dignando a responder à pergunta do seu interlocutor. Por sorte, o seu telemóvel não tinha o número identificado.
Ele começou a sentir-se atrapalhado. Por que motivo não tinha ele conseguido falar com ela? Todas as hipóteses em que ele tinha pensado voltaram à sua cabeça. Com maior calma, marcou novamente o número que Inês lhe tinha dado.
- Estou? - respondeu uma voz que era claramente a de um anjo. Era ela. Devia ter marcado o número errado há bocado. O que ele iria dizer?
- Estou? Inês?
- Sim. é ela própria. Mas quem é que fala?
- O homem dos teus sonhos... - ouviu-se um riso no outro lado da linha.
- Olá, Pedro. Estava a pensar porque tinhas demorado tanto tempo a ligar. Pensei que estivesses mais interessado em mim. Depois de tudo o que me disseste...
- Tu deste-me a volta à cabeça. Estive o dia todo a pensar se te devia ou não ligar...
- E o que é que decidiste?
Pedro sorriu. Gostava de uma mulher com um bom sentido de humor.
- Decidi que já não queria ver-te novamente. Mas por uma questão de consciência, pensei que irias ficar a noite toda acordada à espera do meu telefonema,preocupada com o que poderia ter acontecido comigo...
- E decidiste-me ligar. Que atencioso...
- Na verdade, queria saber se ainda estavas interessada em jantar comigo.
- Depende. Onde é que me pensas levar?
- Ao McDonald's. Soube que agora servem umas saladas óptimas.
- Como é que adivinhaste que eu estava em dieta? Também tu achas que estou a ficar gorda...- gracejou Inês.
- Sim realmente, eu próprio disse-me a mim próprio. é melhor convidá-la hoje, porque daqui a uma semana ela já parece um hipopótamo...
- Que gentil. É a primeira vez que me chamam de hipopótamo. Tu realmente sabes o que as mulheres gostam de ouvir.
- Pois sei. Já sou um homem muito experiente. Ao contrário de ti, que és uma rapariga ingénua e que é facilmente enganada por pessoas com intenções menos respeitaveis.
- Já paraste de gozar comigo?
- Eu não estou a gozar. Aliás, eu estou falar muito a sério- disse Pedro, não conseguindo evitar uma riso.
- Pois, pois. A seguir vais dizer que és o homem da minha vida.
- Como é que adivinhaste. Nós fomos feitos um para o outro. Só preciso de uma hipótese para te mostrar isso. Vamos a um restaurante pequeno que eu conheço ao pé de Alcantara. É sossegado e muito calmo. De certeza que vais gostar.
- Espero bem que sim...
terça-feira, maio 18, 2004
Capítulo 5
O primeiro encontro
- Nunca fiz uma coisa destas. Mas não sei porquê, quando te vi, soube que tinha de falar contigo – começou Pedro, quando estava a tomar o quarto café do dia. Notava-se que ele já estava a ficar um bocado eléctrico.
- Aposto que dizes isso a todas as raparigas que encontras no elevador – disse a bonita ninfa com uma voz ainda mais, bela do que ele tinha alguma vez imaginado.
- Não sei se vais acreditar, mas eu já te tinha visto antes.
- Pois, pois. Não é a primeira vez que ouço isso. Não tens pontos por originalidade.
- A sério. Por acaso, tinha-te visto ontem e pensei que nunca mais ter iria ver.
- Isto está a ficar um bocado estranho. Normalmente não costuma falar com desconhecidos que encontro no elevador.
- Eu sou o Pedro, tenho 25 anos, trabalho em publicidade, solteiro e bom rapaz.
Já deixei de ser desconhecido.
- Mas ainda não me disseste o teu nome.
- Talvez ainda seja um bocado cedo para revelar. Sabes que sempre me disseram que as mulheres misteriosas eram mais interessantes.
- Uhm. Não sei quem te disse isso, mas essa pessoa está completamente certa.
- Estava só a gozar contigo. Eu sou a Inês.
- Pedro e Inês. Parece-me familiar – disse Pedro, com um ligeiro sorriso.
- Espero que a nossa possível relação não acabe de forma tão trágica- gracejou Inês, com uma graciosidade que só lhe fazia crescer o interesse por ela.
- Já estás a pensar no futuro. Eu estava a pensar num futuro mais próximo. Queres jantar comigo nesta noite?
- Não achas que é muito cedo? Ainda agora nos conhecemos. E porque pensas que quero sair contigo?
- Porque acho que o teu namorado não te merece. Tu precisas de alguém como eu para te fazer feliz.
- Tu estás um bocado presunçoso. E quem disse que eu tinha namorado?
- Uma rapariga tão atraente como tu e com uma personalidade tão cativante, deve ter tido montes de pretendentes. O dificil deve ter sido escolher...
- É essa a tua melhor frase de engate? Penseu que conseguias fazer melhor - disse Inês a gracejar.
- Porque é que não acreditas que eu estou a falar a sério?
- Porque conheço o teu tipo. Infelizmente... - suspirou Inês.
Nesse momento, Pedro olhou para os olhos de Inês e viu um brilhozinho que o emocionou. Não podia estar mais apaixonado. Era algo impensável para um homem com o seu passado.
- Suponho que já tiveste algumas decepções... - disse Pedro, a tentar dar um tom mais sério - Mas alguém que te fez sofrer, não te merece.
- E se por algum acaso, eu decidisse ir jantar contigo. E no dia seguinte um café. Depois um passeio na Praia. Eu começaria a ter sentimentos mais fortes por ti. A nossa relação iria depois para um nivel mais íntimo. E depois? Consegue prometer-me que nunca me irias magoar?
- Eu nunca te magoaria... Nem todos os homens são iguais...
- Eu sei. Mas tu és o tipo de homem com quem eu jurei nunca mais me meter. Aposto que sou apenas mais uma das tuas conquistas. Mais uma para a tua colecção...
- Vou-te dizer um segredo. Apesar de te só conhecer há uma hora, sinto que te posso dizer tudo. Até eu te conhecer, nunca pensei em ter uma relação mais estável. Eu não sou um homem que consegue comprometer-se...
- É assim que pensas convencer-me a jantar contigo? Não estás a fazer um bom trabalho- interrompeu Inês...
- ...mas sinto que és a mulher que me irá fazer mudar de atitude. Eu sinto isso no meu coração. Dá-me uma hipótese e irás ver que não te irás arrepender.
- Eu devo ser a pessoa mais estúpida do mundo...mas...
- Isso é um sim?
- ...Mas há qualquer coisa que me leve a acreditar em ti...
Inês levantou-se de repente da cadeira. E com a voz mais sexy, deu-lhe o número de telemóvel.
- Liga-me quando quiseres o tal jantar... E tu é que pagas...
Pedro sorriu e despediu-se com um beijo na face de Inês. E sentiu novamente o seu perfume que lhe fez instintivamente inspirar profundamente. Era o cheiro do amor...
À medida que Inês se afastava dele, Pedro só pensava que o Cupido tinha acertado em cheio no seu coração...
- Nunca fiz uma coisa destas. Mas não sei porquê, quando te vi, soube que tinha de falar contigo – começou Pedro, quando estava a tomar o quarto café do dia. Notava-se que ele já estava a ficar um bocado eléctrico.
- Aposto que dizes isso a todas as raparigas que encontras no elevador – disse a bonita ninfa com uma voz ainda mais, bela do que ele tinha alguma vez imaginado.
- Não sei se vais acreditar, mas eu já te tinha visto antes.
- Pois, pois. Não é a primeira vez que ouço isso. Não tens pontos por originalidade.
- A sério. Por acaso, tinha-te visto ontem e pensei que nunca mais ter iria ver.
- Isto está a ficar um bocado estranho. Normalmente não costuma falar com desconhecidos que encontro no elevador.
- Eu sou o Pedro, tenho 25 anos, trabalho em publicidade, solteiro e bom rapaz.
Já deixei de ser desconhecido.
- Mas ainda não me disseste o teu nome.
- Talvez ainda seja um bocado cedo para revelar. Sabes que sempre me disseram que as mulheres misteriosas eram mais interessantes.
- Uhm. Não sei quem te disse isso, mas essa pessoa está completamente certa.
- Estava só a gozar contigo. Eu sou a Inês.
- Pedro e Inês. Parece-me familiar – disse Pedro, com um ligeiro sorriso.
- Espero que a nossa possível relação não acabe de forma tão trágica- gracejou Inês, com uma graciosidade que só lhe fazia crescer o interesse por ela.
- Já estás a pensar no futuro. Eu estava a pensar num futuro mais próximo. Queres jantar comigo nesta noite?
- Não achas que é muito cedo? Ainda agora nos conhecemos. E porque pensas que quero sair contigo?
- Porque acho que o teu namorado não te merece. Tu precisas de alguém como eu para te fazer feliz.
- Tu estás um bocado presunçoso. E quem disse que eu tinha namorado?
- Uma rapariga tão atraente como tu e com uma personalidade tão cativante, deve ter tido montes de pretendentes. O dificil deve ter sido escolher...
- É essa a tua melhor frase de engate? Penseu que conseguias fazer melhor - disse Inês a gracejar.
- Porque é que não acreditas que eu estou a falar a sério?
- Porque conheço o teu tipo. Infelizmente... - suspirou Inês.
Nesse momento, Pedro olhou para os olhos de Inês e viu um brilhozinho que o emocionou. Não podia estar mais apaixonado. Era algo impensável para um homem com o seu passado.
- Suponho que já tiveste algumas decepções... - disse Pedro, a tentar dar um tom mais sério - Mas alguém que te fez sofrer, não te merece.
- E se por algum acaso, eu decidisse ir jantar contigo. E no dia seguinte um café. Depois um passeio na Praia. Eu começaria a ter sentimentos mais fortes por ti. A nossa relação iria depois para um nivel mais íntimo. E depois? Consegue prometer-me que nunca me irias magoar?
- Eu nunca te magoaria... Nem todos os homens são iguais...
- Eu sei. Mas tu és o tipo de homem com quem eu jurei nunca mais me meter. Aposto que sou apenas mais uma das tuas conquistas. Mais uma para a tua colecção...
- Vou-te dizer um segredo. Apesar de te só conhecer há uma hora, sinto que te posso dizer tudo. Até eu te conhecer, nunca pensei em ter uma relação mais estável. Eu não sou um homem que consegue comprometer-se...
- É assim que pensas convencer-me a jantar contigo? Não estás a fazer um bom trabalho- interrompeu Inês...
- ...mas sinto que és a mulher que me irá fazer mudar de atitude. Eu sinto isso no meu coração. Dá-me uma hipótese e irás ver que não te irás arrepender.
- Eu devo ser a pessoa mais estúpida do mundo...mas...
- Isso é um sim?
- ...Mas há qualquer coisa que me leve a acreditar em ti...
Inês levantou-se de repente da cadeira. E com a voz mais sexy, deu-lhe o número de telemóvel.
- Liga-me quando quiseres o tal jantar... E tu é que pagas...
Pedro sorriu e despediu-se com um beijo na face de Inês. E sentiu novamente o seu perfume que lhe fez instintivamente inspirar profundamente. Era o cheiro do amor...
À medida que Inês se afastava dele, Pedro só pensava que o Cupido tinha acertado em cheio no seu coração...
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